Certamente você já deve ter ouvido falar do exótico Kopi Luwak, o café digerido pelo mamífero Civeta e depois processado e torrado na Indonésia.
Produzido na região alta de Gayo (1.500 metros de atitude), nas montanhas de Sumatra, o Gayo Kopi Luwak, grão arábica mais caro do mundo chega este mês ao Brasil.
Em uma ação da Indonesian Trade Promotion Center (ITPC), de São Paulo, o café Gayo Kopi Luwak traz a proposta de mostrar ao público brasileiro um produto natural, originário de animais que ficam soltos no seu habitat e sem qualquer interferência humana.
Durante a noite esses mamíferos pequenos – que vivem nas florestas tropicais – vão até as fazendas de café e, com olfato apurado, selecionam e comem os melhores frutos. O processo de digestão, com enzimas produzidas pelo estômago dos Civetas, são as responsáveis por dar a eles um sabor de frutas exóticas.
Os agricultores da região percorrem toda a área dos cafezais atrás de rastros dos Civetas e coletam manualmente as sementes das fezes dos animais. A busca é feita cuidadosamente por gente que nasceu e cresceu na região, em um costume passado através de gerações.
Para garantir o padrão de qualidade do café, as sementes são processadas logo após a coleta. Depois de serem cuidadosamente lavadas, secam naturalmente ao sol e, depois de separadas e classificadas, vão para o centro de torrefação.
O processo de torrefação também segue padrões muito específicos: os grãos são apenas levemente torrados e rapidamente resfriados, para preservar o sabor. O Gayo Kopi Luwak é totalmente puro, sem nenhuma mistura, fresco e orgânico.
É importante ressaltar que, ao contrário do que acontece em outras regiões produtoras de café Luwak – onde os animais são mantidos em cativeiro e recebem uma alimentação específica – em Gayo os Civetas ficam soltos na natureza.
Os produtores colaboram com a sociedade protetora dos animais para combater toda produção de café que envolva animais de cativeiro ou qualquer tipo de desrespeito ou crueldade com os animais.
Evento “Indonesian Night”
No dia 24 de junho, convidados especiais tiveram a oportunidade de provar em primeira mão o Gayo Kopi Luwak em métodos de preparo como espresso, french press, entre outros, feitos por baristas.
O evento teve a presença do novo Embaixador da Indonésia – Edi Yusup – e também do diretor da ITPC em São Paulo, Gilang Adi Nugroho, dentre outras autoridades do país.
O evento foi uma imersão na cultura do maior arquipélago do mundo, com esculturas da exposição “Obras Ancestrais das Culturas do Arquipélago“ que foi organizada pelo colecionador Adriano Perna.
O café foi apresentado ao público presente ao evento e passará a ser comercializado, em breve, pelo valor sugerido de R$ 150 (250g).
História do Luwak
Não existem registros precisos sobre a história do Kopi Luwak, mas acredita-se que sua origem seja por volta do século 18 quando os colonizadores holandeses iniciaram plantações de café nas ilhas de Java, Sumatra e Sulawesi, onde hoje é a Indonésia.
Durante o período colonial da Indonésia, holandeses proibiram os agricultores e plantadores nativos de colher frutas de café para uso próprio.
Os nativos notaram que o Civeta comia os frutos e que os grãos de café eram expelidos aparentemente inalterados. Logo, eles começaram a coleta dessas sementes de café e depois limpavam o grão, torravam e moíam para fazer seu próprio café.
A fama do café aromático espalhou-se e os proprietários holandeses queriam também o café. Devido a sua raridade e processo incomum, o café Luwak, mesmo neste época, já era o mais caro da região.
Mais informações do café: www.gayokopi.com
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