Com suas fotografias, Sebastião Salgado convida-nos a ler o aroma do café e a olhar para o fundo da xícara, não para vislumbrar nosso futuro, mas para ver uma longa fila de homens e mulheres que sobem por estreitos caminhos até acima das nuvens, ou que abrem caminho em selvas escuras e úmidas no lombo de mulas até chegar ao cafezal.
Sebastião Salgado é um fotógrafo brasileiro considerado um dos maiores talentos da fotografia mundial pelo teor social em seu trabalho.
Entre os anos de 2002 e 2014, o maior nome da fotografia brasileira percorreu o mundo visitando plantações cafeeiras e registrando o dia a dia no cafezal.
O café, as plantações cafeeiras e o trabalho de produtores em dez países são o tema do Livro “Perfume do Sonho”.
Em parceria com a marca italiana Illycafé, Sebastião Salgado visitou países como a Índia, a Etiópia, a Colômbia, a China, a Costa Rica e a Tanzânia, para montar sua homenagem aos homens e mulheres que trabalham no plantio do café.
“Mostro a jornada que envolve pessoas, paisagens e o harmonioso relacionamento com a terra, ilustrado através de expressivas e emocionantes imagens em preto e branco”.
Em seus retratos marcantes, vemos a história de filas de trabalhadores que caminham quilômetros estrada acima por estreitos caminhos ou se embrenham em selvas úmidas e perigosas no lombo de mulas para chegar ao cafezal.
O tema do estudo, que também virou um livro, é um velho conhecido de Sebastião, que costumava ajudar o pai fazendeiro na secagem dos grãos.
SOBRE O AUTOR
Sebastião Salgado nasceu na cidade mineira de Aimorés, em 1944, mas vive em Paris desde fins da década de 1960. Obteve o mestrado em Economia pela Universidade de São Paulo, em 1968, e tornou-se doutor pela Université de Paris, em 1971. Trabalhou na Organização Internacional do Café, em Londres, entre 1971 e 1973, antes de retornar a Paris e passar a fotografar profissionalmente para a agência Sgyma em 1974.
Transferiu-se no ano seguinte para a Gamma, iniciando a documentação sobre as condições de vida dos camponeses e índios latino-americanos que o tornaria mundialmente conhecido. Em 1979 deixou a Gamma pela prestigiosa agência Magnum, que chegou a presidir e na qual permaneceu até 1994, ano em que criou, com sua esposa Lélia Wanick Salgado, a Amazonas Imagens.
Em 1982 foi contemplado com o prêmio Eugene Smith (EUA), inaugurando assim uma longa série de importantes prêmios internacionais, entre os quais se destacam o World Press (Holanda, 1985), o Oscar Barnack (Alemanha, 1985 e 1992), o Erna e Victor Hasselblad (Suécia, 1989), e o de Fotojornalismo do International Center of Photography (EUA, 1990).
Recebeu ainda diversas outras honrarias, sendo representante especial da Unicef e membro honorário da Academia das Artes e Ciências dos Estados Unidos. É autor, entre outros, de Trabalhadores (1997), Terra (1997), premiado com o Jabuti 1998 na categoria Reportagem, Serra Pelada (1999), Êxodos (2000), África (2007) e Gênesis (2013).