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Café Maria, parceria entre a Hemp Vegan e a Larica Uruguai, é produzida na Europa com grãos cultivados na África

O mercado de produtos derivados de cannabis está repleto de opções inusitadas. Dos comestíveis que parecem balinhas de goma a cerveja com terpenos, as opções são abundantes. E um dos setores mais promissores é o de cafés infusionados com CBD, como o recém-lançado Café Maria, iniciativa de duas empreendedoras brasileiras ligadas ao mercado de cannabis.

O lançamento é uma parceria entre a Hemp Vegan, da biomédica Bárbara Arranz, e de Marcela Ikeda, do Larica Uruguai, que oferece experiências gastronômicas. Arranz criou a Hemp Vegan depois de usar a cannabis no tratamento do autismo de seu filho. Foi assim que descobriu a potência da planta. Com a empresa, cria produtos desenvolvidos com cannabis para o mercado europeu. Tem uma loja física em Madri, na Espanha, e atende outros países, como Inglaterra e Holanda. Já Ikeda se mudou para o Uruguai depois de 20 anos morando no Japão e foi uma das primeiras a desenvolver alta gastronomia elaborada com a erva. Hoje, elabora receitas, prepara o lançamento de um livro e tem uma linha de comestíveis.

“Nos conhecemos na pandemia e sempre quisemos lançar um produto juntos, uma bebida. Até que chegamos no café”, conta Ikeda.

“Queríamos que o produto acompanhasse o ritual envolvendo a cannabis, e há muita gente que gosta de consumir a erva junto com um café, de manhã”.

O café Maria é produzido a partir de grãos cultivados na Tanzânia, na África. Vão para a Eslovênia, onde está localizado o cultivo próprio da Hemp Vegan, e lá é torrado. Durante o processo da torra, ele solta um óleo, que se mistura à infusão de cannabis. Quando o café seca, ele fica infusionado com os dois óleos, de CBD e do próprio grão de café.

“A cafeína é muito similar ao CBD em sua estrutura molecular, e acaba trabalhando com alguns dos mesmos neurotransmissores”, afirma Arranz.

“Por isso, o CBD potencializa a prontidão mental que a cafeína proporciona, mas corta alguns dos efeitos secundários, como a ansiedade e a irritação noturna”, diz ela.

Por enquanto, o Café Maria será vendido apenas na Europa, já que a venda de produtos produzidos com cannabis ainda é restrita no Brasil. Mas Bárbara Arranz vê com bons olhos as mudanças no mercado brasileiro, ainda que elas aconteçam de forma lenta.

“Acredito muito no que vem pela frente, mas acredito que será uma transformação a médio prazo. Hoje tudo ainda é muito burocrático e caro no Brasil”, diz ela.

fonte: Revista Veja

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