fbpx

Australiana de nascimento e cidadã do mundo, a Deus Ex Machina, marca de motos customizadas seduz por acreditar no valor do “feito à mão” – além de uma concepção irresistível de lifestyle.

 

Segundo o dicionário, o termo “Deus Ex Machina” diz respeito tanto a um recurso dramatúrgico, comum na Antiguidade greco-latina, no qual um deus chegava na cena para dar uma solução própria a um impasse vivido pelos personagens, quanto a uma “resolução inverossímil dada a um problema dramático”.

Esqueça o teatro. Foque na segunda parte. É essa a essência da marca australiana que fez com que esse termo ficasse famoso no mundo todo, séculos depois de Ésquilo, Eurípedes e Sófocles.

 

 

Isso porque ela não apenas vende motos. Seu grande valor está nas “soluções” que apresenta a seus clientes e fãs (sim, porque eles existem, aos montes). Uma espécie de cartela completa com todos os itens do lifestyle proposto pela marca. “É por isso que vendemos roupas”, disse o fundador e dono da marca, Dare Jennings, ao jornal Los Angeles Times. Não só isso como também pranchas de surf, acessórios e até café. Hoje, esses “extras” são, inclusive, a principal fonte de receita. Mas são as motos customizadas, o núcleo duro, o centro nervoso de onde a Deus Ex Machina irradia os valores da marca, como a celebração da cultura, a vida ao ar livre, a criatividade e, claro, o trabalho feito à mão.

Foi com parte da venda (US$ 75 milhões, no total) da marca australiana Mambo, de equipamentos para surf, que Jennings criou a Deus, em 2006. Do começo simples, com uma única loja em Sydney (Austrália), a marca avançou mundo afora e fincou bandeira em quase todos os continentes. Hoje em mais de 20 países – da Áustria ao Sri Lanka, passando por Emirados Árabes, Nova Zelândia, Europa e Estados Unidos.

Exclusividade e cuidado artesanal – O nome por trás do “produto principal” da Deus é Michael Woolaway, diretor de design. É ele quem cria os projetos e comanda a equipe que os tira do papel. Cada encomenda é tratada como se fosse a única recebida. Não existe linha de produção. Poética à parte, dá para dizer que o que existe é o sonho do cliente e as mãos hábeis que o tornarão realidade. O resto é trabalho. Artesanal. Cada projeto chega a levar até 500 horas para ser concluído.

 

 

Desde o tipo de tanque – mais redondo, maior, menor, com grafismos, cor única – até o estilo do banco – formato e diferentes tonalidades de couro –, tudo é modificado por Woolie (como é conhecido) e sua equipe de mecânicos. A personalização passa também pelo tipo de aro e raios de roda, pneus, faróis, e altura e tamanho do guidão.

O resultado é uma moto refeita 100% à mão, com todo cuidado e atenção que esse tipo de manufatura reserva. Um estilo de “construção” que tem se tornado uma tendência em diversas áreas – de food trucks às cervejarias artesanais – e que, quando se fala em motos, tem raízes bem fincadas em jovens americanos e ingleses do passado, que costumavam personalizar as suas.

 

 

Além das máquinas que já conquistaram o coração e o bolso de homens como os atores Orlando Bloom e Ryan Reynolds e os músicos Billy Joel, Bruce Springsteen e Jason Mraz, cada endereço da Deus reúne também café, clube de música e loja de equipamentos esportivos (pranchas de surf e roupas de mergulho), acessórios (capacetes, luvas) e roupas (jeans, camisetas, moletons…). Tudo by Deus.

Na loja de Venice, Califórnia, chamada de “Empório de Atividades Pós Modernas”, rola ainda uma festa mensal, sempre aos domingos, voltada para motoqueiros e entusiastas, numa tarde inteira com música grátis e gastronomia.

 

DEUS EX MACHINA CAFE

 

Mesmo no dia a dia, o local vive cheio de jovens (homens e mulheres), que levam seus notebooks, cachorros e crianças para trabalhar por lá ou simplesmente passar o tempo entre um papo e um café. Detalhe: Julia Roberts é habitué.

“It’s a lifestyle experience”, explicou o gerente geral da Deus Julian Heppekausen também aos Los Angeles Times. Em bom português, a Deus é uma marca e um espaço para curtir o bom da vida. Os caras construíram uma comunidade com valores sólidos – e sabiam que as vendas seriam consequência disso.

 

Veja também:

A HISTÓRIA DAS CAFE RACERS